Alguns empreendedores já abrem suas startups com o objetivo de vendê-las ou de se fundirem a outra. Em outros casos, a oportunidade surge quando a startup se desenvolve e ganha destaque. De qualquer modo, processos de fusões e aquisições são frequentes no ecossistema de empreendedorismo e é importante estar atento!
Para o êxito dessas mudanças societárias, a empresa deve se preparar desde o seu início, uma vez que são muitas as variáveis para definir o sucesso desse negócio, bem como a maior lucratividade.
Se este é o seu caso, continue lendo nosso post para entender cada uma dessas possibilidades e como se preparar para elas.
Fusões e aquisições
Inicialmente, é importante entender a diferença entre esses dois institutos.
A fusão de sociedades consiste na união de duas ou mais empresas dando origem a uma nova formação societária, que sucederá as anteriores em todos os direitos e obrigações, deixando, cada uma delas, de existir individualmente. Surge, portanto, uma nova empresa e as que deram origem à fusão são extintas.
Nesse sentido, ainda que elas optem por adotar o nome fantasia de uma das anteriores, a razão social será outra. Foi o que aconteceu com as startups We Do Logos e Logovia, que antes disputavam o mercado de concorrência criativa para design e se fundiram, adotando posteriormente o nome We Do Logos.
As fusões podem acontecer entre empresas do mesmo ramo (fusão horizontal), entre aquelas que participam de uma mesma cadeia de produção (fusão vertical) e em companhias de ramos totalmente distintos (fusão por conglomerado).
Já a aquisição diz respeito à compra do controle acionário de uma empresa por outra, culminando no desaparecimento legal da empresa comprada. A sociedade adquirente, por sua vez, não só continua existindo como sucede a adquirida em todos os seus direitos e obrigações.
Nesse sentido, podemos diferenciar esses dois institutos da seguinte forma: a fusão implica a criação de uma nova sociedade, e a aquisição apenas a empresa adquirente mantém a personalidade jurídica. Na fusão verifica-se, ainda, uma permuta de ações entre as empresas envolvidas; já a aquisição pode consistir no pagamento em dinheiro, ações ou títulos.
A razão de fusões e aquisições
Os motivos que levam uma empresa a participar de um desses processos são os mais diversos, mas, geralmente, trata-se de expansão de mercado ou de escala.
A expansão de mercado resulta na expansão da própria atuação, seja por conquistar novas regiões, clientes, produtos ou segmentos. O aumento de escala, por sua vez, implica maior eficiência administrativa e comercial.
No universo das startups, por sua vez, outros motivos se destacam, como o interesse na tecnologia, no formato de trabalho ou nos recursos humanos de que a outra corporação dispõe.
Para alcançar o seu objetivo, a fusão ou a aquisição deve ser com a empresa certa. É preciso que seja com aquela que trará mais valor para a sua companhia, no caso de fusão, ou que pagará o melhor valor e ainda acrescente valor à marca que você criou, em se tratando de aquisição.
Nesse sentido, o ideal é contar com um time ou, pelo menos, uma pessoa dedicada exclusivamente à análise de oportunidades de fusões e aquisições. Isso porque a escolha da outra startup, como falamos, não deve ser aleatória nem precipitada, para que haja maior chance de êxito.
Os pontos sensíveis ao processo de fusão e aquisição
Realizar uma fusão ou aquisição com sucesso, garantindo o bom empenho de toda a equipe e a qualidade do serviço prestado, requer dedicação por parte dos envolvidos. Afinal, existem alguns pontos sensíveis que podem dificultar essa aproximação.
Dentro desse contexto, o ideal é que os empreendedores mostrem aos seus respectivos grupos a importância da participação de cada um para o sucesso do negócio. E, com isso, sejam administradas as culturas de cada corporação, promovendo uma nova gestão de equipes.
Nesse sentido, a cultura consiste nos valores e objetivos comuns de um grupo de pessoas. E, para que não exista um choque entre as culturas das empresas envolvidas, o ideal é que os gestores apresentem o que deverá ser seguido por todos os colaboradores na fase que se inicia.
Trata-se de promover um encontro de valores e objetivos e envolver as pessoas nesse projeto. E, a partir daí, traçar uma nova gestão de equipe, de modo a distribuir tarefas e atribuições aos funcionários de ambas as startups.
Outro ponto a ser observado pelos gestores é a questão operacional e os riscos que a mudança malfeita pode trazer, como o aumento dos custos, a ineficiência e, com isso, a perda de clientes.
Ao fazer essa transição, sobretudo em caso de fusão, as partes envolvidas devem ter como escopo o aproveitamento das melhores ferramentas de cada uma das partes. A sinergia, portanto, é fundamental para o sucesso do empreendimento.
Nesse contexto, ambos os envolvidos devem estar dispostos a cooperar de maneira mútua, integrando seus processos de modo a alcançar o melhor resultado possível. Assim, o produto será ainda melhor, sem qualquer aumento de custos.
Os riscos das startups envolvidas
Como ressaltado anteriormente, a empresa resultante da fusão ou a empresa adquirente, no caso de aquisição, sucede as anteriores em seus direitos e obrigações. Em razão disso a empresa envolvida costuma passar por uma auditoria prévia, a fim de avaliar seu valor e analisar seus passivos — como fatores fiscais e trabalhistas, por exemplo — e seu panorama financeiro.
A existência de um passivo significativo implicará a queda do valor da startup. Ao passo que sua inexistência ou em valor baixo culminará na sua maior valorização.
Nesse sentido, torna-se imprescindível que a startup interessada nesse processo trabalhe no sentido de regularizar sua contabilidade, promovendo, constantemente, auditorias internas, além da adoção de compliance.
Ao iniciar o processo de mudança societária, é essencial contar com o apoio técnico da contabilidade e do jurídico para, da mesma forma, avaliar a situação da empresa a ser fundida ou adquirida. Isso deve ser feito para garantir pleno conhecimento da situação financeira em que ela se encontra e, com isso, verificar a viabilidade e o risco dessa mudança.
É preciso garantir, portanto, que sua situação e a da outra empresa seja regular. A partir disso, é possível trabalhar no sentido de promover uma transição segura e com sinergia, aumentando as chances de sucesso.
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